O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enfim propôs formalmente a reclassificação da maconha como uma droga de baixo risco.
Essa mudança vem a fim de alinhar a política federal dos EUA com a opinião pública e poderia ter um impacto significativo na forma como a maconha é regulamentada e percebida.
Atualmente, a maconha nos EUA é classificada como uma droga não só sem uso médico, mas também com alto potencial de dependência (Lista I). A proposta é a reclassificar como uma substância da Lista III com dependência de moderada a baixa, como a cetamina e analgésicos que contêm codeína.
Listas e a maconha nos EUA
Nos EUA, a Drug Enforcement Administration (DEA) classifica substâncias controladas em cinco listas, baseadas no potencial de abuso e uso médico.
Lista I: Substâncias sem uso médico aceito e alto potencial de abuso. Ex.: Heroína, LSD e Maconha.
Lista II: Alto potencial de abuso, uso médico aceito, risco de dependência severa. Ex.: Cocaína, Metanfetamina.
Lista III: Potencial de abuso menor que I e II, uso médico aceito, dependência moderada/baixa. Ex.: Codeína, Esteroides.
Lista IV: Baixo potencial de abuso, uso médico aceito, risco limitado de dependência. Ex.: Alprazolam, Diazepam.
Lista V: Menor potencial de abuso entre as listas, uso médico aceito, baixa dependência. Ex.: Medicamentos para tosse com baixa dose de codeína.
Essa iniciativa faz parte sobretudo do atual compromisso de Biden de corrigir os erros históricos associados à abordagem da maconha, incluindo a desproporcionalidade com que as leis afetaram as minorias.
A reclassificação também promete facilitar a pesquisa sobre a maconha medicinal e, principalmente, influenciar a legalização do uso medicinal em mais estados.
A proposta já foi apresentada e está em processo de consulta pública, após o qual o Departamento de Justiça dos EUA poderá finalmente concluir o processo de reclassificação.
Isso reflete uma tendência crescente de aceitação da maconha, já que muitos estados estão legalizando seu uso para fins recreativos e medicinais.
Essa evolução e mudança de posicionamento de Biden reflete uma evolução nas políticas de drogas, reconhecendo seu valor médico e reduzindo o estigma social.
No Brasil, apesar de ainda caminharmos a passos lentos, já é possível comprar óleo de cannabis em associações e farmácias. Você só precisa de uma receita.