A liberação do cultivo da maconha para uso medicinal, veterinário e industrial vem gerando controvérsias da bancada ruralista no Congresso Nacional.
Alguns veem o agro como aliado para passar o projeto de lei (PL 399/15) que libera o plantio da planta para usos não-recreativos, já que a cannabis pode ajudar na recuperação do solo entre as safras de soja e feijão.
Outros dizem temer que a planta possa ser desviada para uso ilícito, ignorando uma estimativa de quase R$ 5 bilhões a ser explorado se o país mudar as regras atuais.
Além disso, acham que o cânhamo não traria benefícios significativos para o agronegócio, que já tem um superávit de quase US$ 150 bilhões em 2023.
Maconha ❤️ Bancada ruralista
Luís Mauricio explica que é um trabalho a médio e longo prazo, “de gabinete em gabinete.” Para ele é preciso mostrar que a maconha pode ser uma grande ferramenta para a produção de soja.
Para o presidente da ABCCI, muitos deputados e senadores ainda têm medo da reação negativa do eleitorado ao apoiar o cultivo da cannabis. Ele diz que “o Legislativo tem muita preocupação com o eleitorado. Tem medo do impacto que uma decisão favorável pode ter sobre a população.”
E o PL 399/15?
O PL 399/15 já foi aprovado por uma comissão especial de forma terminativa. Isso significa que não precisaria passar pelo plenário. Não precisaria…
No entanto, o deputado Diego Garcia (Republicanos-PR) apresentou um requerimento para que o projeto fosse revotado na Câmara antes de seguir para o Senado.
Com isso, caberia ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decidir sobre o assunto, mas ele não prosseguiu com o pedido.
Deputados acham que 2024 pode não ser um bom ano para projetos canábicos… O Congresso é conservador e Arthur Lira quer eleger seu sucessor para a presidência da Câmara em fevereiro de 2025.
Lira busca apoio da bancada evangélica e não deve se envolver em grandes conflitos com o grupo.