A Alemanha deu um passo importante na liberalização da planta, isso porque, recentemente, o Ministério da Agricultura aprovou uma nova legislação que facilita o cultivo de cânhamo industrial no país.
A medida visa eliminar obstáculos legais e impulsionar a sustentabilidade na agricultura, promovendo inovações no setor.
O novo regulamento elimina a chamada “cláusula de abuso”, que dificultava a vida de agricultores ao impor regras rígidas sobre a produção.
Diferente de países como Portugal, onde as regras são mais restritivas, a Alemanha agora permite o cultivo até mesmo em ambientes internos, como estufas.
Essa mudança atende a uma demanda crescente por práticas agrícolas sustentáveis e aproveita as características únicas do cânhamo.
O cânhamo industrial se destaca por exigir poucos recursos, como água e pesticidas, além de beneficiar o solo e criar habitats para insetos.
A planta pode ser usada em diversas indústrias, incluindo alimentação, têxteis, construção, cosméticos e até medicamentos.
Por isso, o governo alemão enxerga o cultivo do cânhamo como uma forma de promover uma agricultura mais sustentável e menos dependente de práticas que agridem o meio ambiente.
O cultivo de cânhamo industrial pode mudar para melhor o setor agrícola da Alemanha
O ministro da Agricultura enfatiza que a “cláusula de abuso” criminalizava injustamente muitos agricultores que seguiam as regras.
Com sua eliminação, será possível desenvolver um setor agrícola mais robusto e inovador.
O cânhamo industrial possui baixos níveis de THC, o composto psicoativo do cannabis, sendo seguro e sem efeitos recreativos. No entanto, a legislação anterior gerava insegurança jurídica e dificultava o crescimento do setor.
Em 2023, a área cultivada com cânhamo na Alemanha era de apenas 5.834 hectares, um número considerado baixo pelo governo.
A expectativa é que, com as novas regras, essa área aumente significativamente, contribuindo para o desenvolvimento econômico e ambiental do país.
A flexibilização na legislação posiciona a Alemanha principalmente como um exemplo para outras nações que ainda enfrentam dificuldades para liberar o cânhamo.
Enquanto isso, países como Portugal e Itália seguem na direção oposta.
Em Portugal, o cultivo de cânhamo sofre com regulamentações severas e ações repressivas, como a destruição de plantações.
Na Itália, novas regras ameaçam a indústria ao proibir o comércio de flores de cânhamo e classificar o CBD como entorpecente.
Essas medidas têm causado preocupação e pedidos de intervenção por parte do Parlamento Europeu a fim de evitar prejuízos econômicos.
A Alemanha, ao contrário, aproveita a oportunidade para se consolidar como líder na produção de cânhamo industrial, estimulando a sustentabilidade e o crescimento econômico.