Cannabis medicinal não altera memória, diz estudo

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Um estudo recente analisou o impacto da Cannabis medicinal no cérebro e chegou ao resultado de que a substância não altera memória de trabalho, sistema de recompensa e nem o controle inibitório.

A pesquisa, conduzida nos Estados Unidos, incluiu 102 participantes com idades entre 18 e 65 anos.

Todos buscavam a permissão de compra para Cannabis medicinal pela primeira vez para tratar transtornos como ansiedade, dor ou insônia.

O estudo dividiu os participantes em dois grupos: um recebeu a permissão para o uso de Cannabis imediatamente e o outro após 12 semanas.

No grupo que recebeu a permissão, 70 participantes passaram por exames de imagem cerebral (fMRI) no início do estudo e após um ano.

Como grupo controle, 32 participantes saudáveis foram incluídos para comparação.

Os resultados mostraram que, após um ano de uso medicinal de Cannabis, não houve diferenças significativas na ativação cerebral entre os grupos.

O estudo avaliou o impacto da Cannabis em três funções principais: memória de trabalho, processamento de recompensa e controle inibitório.

Para medir esses aspectos, os participantes realizaram tarefas cognitivas específicas enquanto passavam pelos exames de fMRI.

No início da pesquisa, os participantes do grupo controle apresentaram um tempo de reação mais rápido em comparação aos do grupo que usava Cannabis.

Contudo, após um ano, não houve alterações significativas entre os grupos.

Cannabis medicinal não altera memória

Como o estudo descobriu que Cannabis medicinal não altera memória

A ativação cerebral nas regiões corticais pré-frontal e parietal, responsáveis pela memória e controle inibitório, se manteve semelhante entre todos os participantes.

Ao longo do estudo, os pesquisadores também observaram que a ativação nos gânglios basais, uma região ligada ao sistema de recompensa, foi maior durante tarefas de alta recompensa.

Porém, essas mudanças não indicaram um impacto consistente do uso de Cannabis medicinal no cérebro.

A pesquisa também apresentou algumas limitações. A maioria dos participantes eram mulheres brancas, mais velhas e com alta escolaridade.

Além disso, a liberdade de escolha dos produtos de Cannabis pode ter levado ao uso de doses baixas, dificultando a observação de mudanças cerebrais.

A pandemia de covid-19 também afetou a coleta de dados, reduzindo o número de participantes que completaram todos os exames.

Apesar das limitações, o estudo sugere que o uso medicinal de Cannabis por adultos não causa déficits cognitivos significativos em longo prazo.

Esses resultados contrastam com pesquisas anteriores que focaram em adolescentes ou usuários recreativos, onde foram encontrados efeitos negativos no cérebro.

Assim, a Cannabis medicinal pode ter um perfil de segurança distinto, especialmente em adultos que fazem uso controlado e monitorado.

Outro estudo acredita inclusive que a cannabis medicinal pode combater o envelhecimento cerebral.

Fonte: JAMA Network

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