O Uruguai segue firme em sua estratégia de combater o narcotráfico por meio da regulamentação do mercado de cannabis.
Recentemente, o lançamento da variante Épsilon, que contém 15% de THC, provocou filas nas farmácias do país, evidenciando a aceitação e demanda crescentes pela substância.
Segundo Daniel Radío, secretário da Junta Nacional de Drogas, a resposta do público foi extremamente positiva.
“Havia grande expectativa e, assim que disponibilizamos o produto, as filas voltaram”, declarou Radío.
Comentários dos usuários indicam satisfação com a nova variedade, reforçando o potencial do mercado legal.
Esse entusiasmo ilustra como é importante disponibilizar opções que atendam às preferências dos consumidores.
Como a regulamentação ajudou o Uruguai?
A iniciativa de oferecer cannabis em farmácias, clubes e autocultivo vem movimentando a economia e reduzindo o poder das organizações criminosas.
Conforme estimativas, o mercado regulamentado de cannabis no Uruguai gera cerca de 30 milhões de dólares anuais — um montante que anteriormente abastecia o narcotráfico.
Em 2023, as farmácias arrecadaram aproximadamente 6 milhões de dólares em vendas de cannabis.
Quando somadas as receitas de autocultivadores e clubes, o montante chega aos 30 milhões, retirando essa quantia das mãos do crime organizado.
Para Radío, essa transferência de recursos para a economia formal fortalece o combate ao narcotráfico e contribui para a segurança pública.
“Se não tivéssemos o mercado regulamentado, esses milhões iriam direto para organizações criminosas”, ressalta ele.
A regulamentação, no entanto, enfrenta resistência de setores conservadores.
Guido Manini Ríos, líder do partido Cabildo Abierto, declarou ser “criminosa” a venda de drogas pelo Estado, expondo a polarização que ainda persiste no país.
Desde 2013, com a implementação da lei, esse tema suscita debates intensos entre críticos e defensores.
Apesar das controvérsias, o governo uruguaio continua avançando no fortalecimento do sistema regulamentado, enquanto busca sempre equilibrar oferta e demanda.
Radío destaca a importância de oferecer produtos variados para atrair consumidores que poderiam recorrer ao tráfico.
“Queremos variedades que agradem às pessoas, para que o mercado regulamentado funcione de fato”, afirmou.
Essa abordagem faz parte de um plano abrangente de combate ao narcotráfico a partir de uma perspectiva econômica.
Cada dólar movimentado no mercado legal representa um recurso a menos para o crime organizado, consolidando o Uruguai como modelo global na luta contra o narcotráfico por meio da regulamentação.
Fonte: El Planteo