E não é que o número de usuários de maconha superou o número de usuários de álcool nos Estados Unidos?
O consumo de maconha nos Estados Unidos tem aumentado desde 92 e nos últimos anos os números foram ainda mais substanciais.
Dados indicam que o crescimento está diretamente relacionado à legalização da maconha medicinal e às mudanças culturais e de atitude dos norte-americanos.
A revista Addiction analisou os padrões de consumo da maconha nos EUA desde 1979 e os números mostraram que nos anos de 1992 a 2022 o uso diário ou quase diário aumentou 15 vezes.
Usuários de maconha são maioria… Vai mexer com eles?
Sabe o que isso significa? Pela primeira vez na história o número de usuários frequentes de maconha (17,7 milhões) superou o de consumidores assíduos de álcool (14,7 milhões).
Em 2022, o consumidor médio de álcool relatou beber em 4 a 5 dias no mês anterior. O usuário médio de maconha relatou usar a substância em 15 a 16 dias no mesmo período.
Houve uma mudança no padrão de uso da maconha. Antes, o consumo era ocasional e associado a diversão. Agora, o uso de maconha se assemelha ao de tabaco, e cerca de 40% dos usuários de maconha usam a substância diariamente ou quase diariamente.
A maconha vai substituir o álcool?
Muitos entusiastas canábicos esperavam que a erva substituísse o consumo de cerveja, vinho e destilados. No entanto, dados mostram que a queda no consumo de álcool foi pequena.
Um estudo, também da revista Addiction, aponta que nos últimos anos a prevalência do uso de álcool de alta frequência caiu 7%, enquanto a prevalência do uso de maconha cresceu 269%.
Apesar do aumento do uso de maconha, o consumo total de bebidas alcoólicas ainda é maior. Ainda se consome mais álcool do que maconha nos EUA.
O que se pode dizer com certeza, é que a legalização da maconha reduziu o número de jovens que utilizavam a planta quando ela era proibida no país norte-americano.
A experiência dos EUA mostra que uma indústria legalizada pode alterar tanto a cultura quanto os padrões de consumo da sociedade. Que mude para um consumo mais consciente e menos danoso.